ACERVO HISTÓRICO MUSEU DE UBAPORANGA
ACERVO HISTÓRICO MUSEU DE UBAPORANGA
Publicado em 05/10/2021 14:31 - Atualizado em 05/10/2021 15:21
ACERVO HISTÓRICO MUSEU DE UBAPORANGA
Palmatória
Peça circular de madeira, provida de um cabo, com o qual se castigavam as crianças, batendo-lhes com ela na palma da mão. Foi largamente utilizada no início do século XX, quando ainda só existiam aulas particulares em Ubaporanga. Essa palmatória pertenceu ao tio do doador que foi o Sr. Wanderson Brito Romão, uma das primeiras famílias que veio residir em Ubaporanga, no Córrego do Feijoal. Os castigos aconteciam quando a criança não fizesse a tarefa de casa, quando errasse alguma lição, ou quando faltava de aula para não ser avaliado oralmente.
Matraca
É um instrumento de percussão, feito de madeira, que foi utilizado em meados do século XX. Ele pertenceu ao Sr. João Soares e foi doado por Nelson Soares – o Nelson do Lindolfo – ambos descendentes de Domingos Gonçalves de Carvalho, fundador do que veio a se tornar nossa cidade de Ubaporanga, o instrumento era utilizado para fazer barulho durante as madrugadas de celebrações religiosas, para que as pessoas se levantassem para acompanhar a procissão em direção a igreja e que fosse celebrada a missa, para encomendar as almas. E era senhor João Soares que ia a frente tocando esse instrumento para que o barulho pudesse despertar as pessoas.
Roda de fia ou Roca
É uma ferramenta utilizada para fiar o algodão e fiar os fios. Feita de madeira e de algumas peças de ferro. Pertenceu ao Sr. Delardino José da Silva, que herdou de sua mãe Sra. Purcina que era tecelã. Ele passou para sua esposa, Dona Sebastiana, mãe da Maria Gorette Santos, que também utilizou a roca para fiar o algodão que era colhido em seu terreno, localizado na região que é hoje o Graçópolis. O Algodão era descaroçado e na roca era transformado em linha que depois era utilizada para fazer cobertor. Utilizavam pigmentação de flores e plantas para colorir as linhas.
Filtro antigo
É um instrumento que contem uma vela para purificar a agua que seria consumida e um recipiente de armazenamento. O Objeto foi doado pelo Sr. Klinger Pedro Marques, filho do Sr. Adriano Marques, família de portugueses que vieram para região no final do século XIX. O filtro foi adquirido pela família e utilizado por todos e ainda mantém a vela original.
Radio branco.
É um instrumento ou aparelho usado como receptor de sinais radiofônicos, e como meio de comunicação. Esse rádio pertenceu ao Sr. Luiz José da Silveira – Lulu, pai de Antônio Mendes da Silveira, Sr. Antônio Lulu – ele nos contou que esse foi o primeiro rádio a chegar no córrego do Feijoal quando ele tinha somente 10 anos de idade, quando seu pai, comprou o rádio que foi importado de Nova York em 1945. Na fazenda existia uma grande sala, local onde senhor Lulu ligou o rádio pela primeira vez. Ele tinha muitos empregados, cerca de 35 famílias, e todos se reuniram para ouvir o tão esperado rádio. A sala ficou repleta de pessoas e todos riam, comentavam, e ficavam impressionados com a nova tecnologia “ como poderia caber pessoas dentro de uma caixa tão pequena” foi durante muito tempo que eles iam a fazenda para ouvir o rádio que foi um grande sucesso.
Candeia
É uma pequena peça de iluminação, abastecida com óleo ou azeite, usada geralmente no alto suspensa por algum prego em parede. Possui um regulador para aumentar ou diminuir a quantidade de óleo que derramasse no pavio e assim dar maior ou menos brilho para o fogo. A doação foi feita por Sr. Wanderson Brito Romão e pertenceu a família Tobias, uma das primeiras que vieram residir no córrego do Feijoal.
Capa da Rainha do Congado
É uma vestimenta sem mangas e geralmente longa que se sobrepõe à roupa, e essa foi utilizada por “Nana”, Dona Maria da Conceição Fernandes Moreira, nora de Joaquim Felix Moreira. Ele foi o Rei do Congada e ela a Rainha, coroados em 1967 . A peça foi doada por Dona Gercina Gomes Moreira. O congado é uma manifestação cultural e religiosa em homenagem à Nossa Senhora do Rosário, o grupo que tinha sede própria, documentação e foi por muitos anos prática de alguns em Ubaporanga.
Cadernos Escolares
São pequenos cadernos que pertenciam a Senhora Maria Fernandes Ribeiro, de família de portugueses. Em meados dos anos de 1940, ela havia estudado até o 4º ano, e eram esse alguns dos cadernos que foram utilizados por ela para anotar as matérias e fazer as lições de casa. As imagens das capas dos cadernos representavam o período do populismo de Getúlio Vargas, as propagandas da época que exaltavam a república. Doação feita pela Senhora Geralda Carlos Ribeiro, sobrinha da proprietária dos cadernos.
Mala de Mascate
É um caixote de madeira, onde se guardavam as mercadorias que seriam vendidas, pois o mascate era como um comerciante ambulante, ou seja, uma pessoas que percorre comunidades, ruas e vilarejos, montado em um cavalo carregando suas malas, colocadas uma de cada lado do animal, carregando todo tipo de mercadoria. A peça foi doada Elizete Maciel e pertenceu aos seus antigos familiares que usavam para guardar e transportar as mercadorias que seriam vendidas.
Machadinho Indígena – Feito de pedra polida
Era um instrumento confeccionado pelos indígenas e utilizado para cortar, picar, descascar alimentos ou o que fosse necessário. Ferramenta de trabalho utilizada como um machado, faca, foice ou facão pois os índios ainda não utilizavam ferro em objetos. Essa peça foi encontrada na fazenda da Cachoeira e comprova a existência das tribos indígenas existentes na região onde é hoje Ubaporanga, quando foram chegando os povoadores brancos. Também foram encontrados vestígios de tribos indígenas em várias outras áreas de Ubaporanga, como nos Córregos dos Florentinos, Barracão, Paciência, Feijoal, Pios, São Sebastião e São José do Batatal. Essa machadinha foi doação feita pelo Sr. Antônio Viana.
por Comunicação Portal Fácil